domingo, 30 de agosto de 2009

"Amores são sempre possíveis"

Ontem minha garganta deu um pause na tosse e eu pude ir ao teatro ver a nova temporada de Dois de Paus. A peça é escrita e dirigida pelo Arthur Tadeu Curado, um carinha genial de Brasília e, originalmente, foi montada em 2005 e percorreu o Brasil inteiro. Na primeira versão, o próprio Arthur contracenava com o incrível Sérgio Sartório; na nova montagem, são os atores Breno Figueiredo e Iuri Saraiva que representam o casal Alex e Júlio, um fisioterapeuta e um publicitário que se conhecem pela Internet e começam um relacionamento sério.
A excelência da peça se deve fundamentalmente ao texto, que é poderoso porque é honesto (e engraçado, afinal, é uma comédia romântica). A cenografia é simples - e dinâmica o suficiente pra levar o público a cada lugar narrado na peça; a iluminação é uma ferramenta perfeita e enfatiza os elementos certos nas horas certas; as atuações estão cativantes, você se sente íntimo dos personagens à medida em que eles contam a história voltados para a plateia; e a direção foi precisa - só senti falta da subida do diretor ao palco no fim da peça (mas consegui ver o Arthur na cabine de operação de luz, antes de ir embora da sala).

A história contada em Dois de Paus é a de dois rapazes que, aparentemente, não se importam com sua solteirice, mas que se cansaram de encontros e relações que não duram e não acrescentam nada. Os dois se conhecem por um site de paquera, se encontram, se interessam um pelo outro e dão chance a um relacionamento. As cenas passam a mostrar momentos da vida dos dois enquanto casal, em uma ordem não cronológica (recurso que eu, particularmente, acho sensacional, quando bem estruturado - o que é o caso), e as situações são muito próximas do que qualquer casal, gay ou não, costuma enfrentar na realidade.
A trilha também tem atuação forte no espetáculo, e em uma cena especial, o Alex e o Júlio trocam afetos enquanto ouvimos uma versão encantadora de Toxic - a qual já se espalhou twitter afora:



O final da história deixa um espaço para que cada um dê o fim que ache melhor, ou pelo menos eu acredito que essa seja a intenção do autor. Que na vida, fazemos decisões e tomamos caminhos a toda hora, então talvez ele queira nos dar a honra de concluir a peça. O que eu sei é que quando vi este espetáculo há 4 anos, imediatamente me tornei fã da inteligência do Arthur Tadeu, e que foi prazeroso ver a história contada de um jeito diferente, renovado.

A temporada de Dois de Paus no Teatro Goldoni termina hoje (e eu espero que volte a ser apresentada, quero ver uma quarta vez).
E pelo bem de todas as partes envolvidas neste espetáculo - isso inclui o público -, eu torço para que a peça novamente cresça, ganhe notoriedade e viaje pelo país contando a história do Alex e do Júlio, um casal apaixonado e apaixonante.

Pra saber mais, entra no blog de Dois de Paus - Amores são sempre possíveis
Ficha técnica do espetáculo aqui

9 comentários:

  1. Lindo texto!!!
    Faço das suas palavras, minhas.
    Sou fã do trabalho do Arthur Tadeu Curado desde sempre e confesso que tava super preocupado em não gostar dessa nova versão, mas simplesmente amei! Ele conseguiu se superar. Demais! Parabéns pelo seu texto também, que ta lindo.

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  2. Que espetáculo lindo!!! A melhor peça que já vi na vida.

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  3. Adorei a nova versão da peça. E adorei seu texto tb. :)

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  4. 2 de paus é uma das melhores coisas que vi no teatro, sem dúvida. É bom saber que Bsb tem um grande dramaturgo, do naipe do jovem Arthur T. Curado, que faz um teatro que é cara da gente.
    Parabéns!

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  5. Espero que volte em cartaz em breve. Eu perdi a chance de ver esta nova versão. Alguma previsão?
    Abs
    Caio

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  6. Seu texto está excelente. Parabéns a vc e ao autor do espetáculo, que é realmente mto apaixonante.

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  7. Roubei as fotos pra mim!

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  8. Não acredito que perdi!!!
    Estive fora de Brasília durante todo o mês de agosto.
    Tu sabe quando volta?

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  9. Aos que perguntaram quando a peça volta, o que eu ouvi do Arthur Tadeu é que só teremos Dois de Paus de novo em 2010. Esperemos.

    [j]

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