Três doses

Aí ontem eu saí. Aquele programa de sempre, festa na boate com meu primo e os amigos engraçados. Desta vez, entrei na boate sem a menor preocupação de ficar com alguém. Benin, ironia define. O saldo da noite: três doses de vodka e três beijações. Quem me conhece entende o absurdo.

O primeiro cara eu vi no banheiro, pelo espelho. Ele saiu, eu fui logo atrás, e lá fora eu parei ao lado dele e, de repente, estávamos de bocas juntas. Simples assim, pra você ver o poder da bebida. E por falar em vodka, eu adoraria poder descrever melhor o fulano, mas eu não consigo lembrar como ele era. Sei com certeza que era bonito, que foi por isso que encarei ele de início, ou o reflexo dele. Gente, conselho meu: pode beber. Mas não beba.

O segundo foi um colega que é a fim de mim. Tanto se esfregou na minha pessoa, que eu pisquei e quando abri o olho a gente já se beijava. Durou um pouco, mas precisei dar um fim porque sabia que a história ia ficar mais complicada a cada minuto. O ponto alto foi eu tentando explicar que só fiquei com ele porque não não estava ali pra ficar com ninguém. Ponto pro meu esforço em fazer algum sentido.

E o terceiro também foi fruto de flerte pelo espelho. Depois, de volta à pista, encostei na parede e fiquei observando. Cheguei de lado, olhei pra ele, ele olhou de volta. Sorri pra ele, ele sorriu de volta. Beijo! Fomos pra um canto, pra conversar melhor. Conversar foi uma coisa que fizemos pouco naquele momento. Olha, foi bom. Não vou narrar o restante, porque, né, dignidade - e privacidade. Mas posso adiantar: lindo. Pra esse eu ofereci uma carona e ganhei o telefone.

E quer saber? Tô com o modo "no strings attached" ligado. Mais seguro assim.

Não me reconheci nessa noite, mas acho que me dei bem. Além disso, o propósito da noite era rir e me divertir. Propósito alcançado. Ri até de olhar pro teto.