sexta-feira, 14 de agosto de 2015

O fundamento sou eu

Conversando com o Volkan, meu amigo turco dos tempos de Sydney, recebi comentários muito gentis e queridos sobre meu filme, e aproveitamos para falar sobre a vida e trocar notícias.

Falávamos sobre como, por tempos, pessoas boas e especiais como ele (e aproveitei para me encaixar no grupo) ficam sozinhas, à busca de companhia que as conforte e lhes queira bem. Ele sempre tentou encontrar uma conexão mais significativa com alguém, mesmo quando em ambientes mais favoráveis a ligações de teor mais frívolo e descartável. E eu sempre soube que ele merece coisa melhor, um alguém que lhe possa oferecer momentos de felicidade. Porque certas almas são assim. No desenrolar do assunto, ele rebateu que vê a minha pessoa da mesma forma. E ali concordamos que, sim, somos pessoas boas e merecemos gente que nos possa não só fazer felizes, mas nos ajudar a ser pessoas melhores.

Após nossa conversa, refleti que, talvez, esses períodos de solidão sejam como um curso da vida, um tempo de aprender a amar-se e respeitar a si primeiro. Esse é, afinal, o primeiro módulo, a lição 1, o fundamento, que precisa ser firmado em nossa experiência como gente. Simplificando com aquela máxima, consolidada por RuPaul: se você não amar a si mesmo, como diabos poderá amar ao outro? E é. Esse amor próprio é a base, o solo fértil a ser regado para, então, ser semeado com o amor alheio.

E, com vinte e oito anos, ainda tento aprender essa verdade, a cada dia. Nessa semana, finalmente me matriculei na academia para começar atividades físicas diversas; quero melhor condicionamento, melhor saúde, melhor auto estima, e sim, um melhor corpo. Mas sei que é um processo que consome tempo, e quero me acostumar desde já a amar o meu corpo como é, e inflar esse amor com o progresso resultante das atividades. Não quero ser desses que odeiam ou desdenham o próprio corpo até atingir o físico desejado e então, magicamente, alcançam o estado de amor próprio. Porque acho que, sendo assim, esse amor de si mesmo seria como firmar solo em areia movediça, e adiante não haverá amor do outro que se sustente e persevere.

E eu quero tudo isso, o meu amor e o do outro. Eu mereço.


4 comentários:

  1. Seu post me lembrou uma frase que vi uma vez... era algo do tipo: "Be yourself but be your best self". De qualquer forma muito legal tua reflexão, da teoria a prática não é lá muito simples, mas precisamos perseguir isso.

    Sucesso para você! :)

    Abração.

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  2. Já faz um bom tempo que acompanho o blog e sempre, de alguma forma, me identifiquei com o que você escreve por aqui (especialmente os roteiros mentais). Dessa vez não podia deixar de comentar porque acredito muito no que disse: precisamos nos amar bem antes das mudanças começarem, pois se não for assim, elas só servirão para camuflar nossos problemas, que vão voltar e machucando ainda mais. Obrigada, Joe, por me ajudar a ver que eu estou também no caminho certo, mesmo com tropeços, cansaço, vontade de procurar uma alternativa mais fácil. eu também quero todo esse amor. começando pelo meu próprio.

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  3. Esses tempos são excelentes para nos encontrarmos, guri!
    Dou muito valor nesses hiatos e me preparo para a nova loucura que a vida me trará, porque sim, ela SEMPRE traz.

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  4. @Latinha: boa frase! não é fácil mesmo, mas é preciso. Vamos em frente! Abraço :)

    @Rosana: obrigado pela companhia constante, mesmo com a minha instabilidade nas postagens. É bem como você disse, é fácil se amar quando tudo está no lugar, difícil é amar a si quando tudo desmorona, mas se não é assim, quem vai estimar pela gente? tem que começar daí. Feliz que você pense o mesmo e esteja em trajetória semelhante. Ponto pra gente! Beijo

    @Pedro: são sim, como eu disse no texto, acredito que seja como um curso, uma escola, é tempo de aprender. E a vida, sim, sempre traz suas surpresas, como você bem colocou. Esses momentos são mesmo de preparação.
    Quero te ver, hein?! :D Beijo

    xx

    [ j ]

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