quarta-feira, 31 de março de 2021

Curso de Amor


Tópico recente na terapia, a minha resistência ao meu próprio aniversário volta lá atrás à possível inabilidade de transferir amor. Melhor dizendo, uma escassa naturalidade em manejar o sentimento. Eu não aprendi, de berço, a expressar a concessão de amor, com seus devidos protocolos. Não que amor requeira muitos processos ou documentação, em verdade, devia ser muito mais simples. Isso, era esse o problema, é simples doar e receber amor que é sentido, só não me foi instruído em meus anos formativos. Sigo aprendendo.

Este quinze de março, já o segundo trancado em quarentena, serviu, ainda assim, como primoroso exercício dessa troca; foram muitos 'recebidos' carinhosos, e no fundo, o maior presente de vida é ter as pessoas que eu tenho por perto, chamá-las de amigos, chamá-las de "minha família". Aí não tem ressalva qualquer, é abrir o peito e aceitar todo esse bem-querer. E retribuir com gratidão, mesmo que eu me sinta piegas nas palavras. Isso segue em evolução, na terapia e no curso da vida. Trinta e quatro anos moldam muita coisa, ruim e boa.



Fotos do Alex Hyner

2 comentários:

  1. outro dia eu estava dando uma espiada no meu antigo blog, hoje desativado, e às vezes ler o seu é nostálgico e chocante. primeiro porque parece que faz tanto tempo que acompanho você, leio e sou tocado pelas suas palavras, que me sinto íntimo, um amigo do passado que é atualizado sobre como está a vida do outro. segundo porque, se você está envelhecendo, se você está com trinta e poucos anos, eu estou bem próximo disto. não tenho mais quinze, dezesseis ou dezessete há mais tempo do que eu quero contabilizar. o tempo passa para todos, né. bom que você ainda esteja por aqui. bom que você esteja sempre em um processo tão único e tão seu. bom saber de você. ❤

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Oi Lázaro! Quanto tempo! Bom saber de você também! ❤ E uma coisa que o tempo tem me ensinado é que, com o tempo, a gente vai focando menos no tempo e mais nas coisas que ele envolve. É ele que preenche a gente, e não o contrário. ;)

      Bem vindo de volta, fique à vontade!

      [ j ]

      Excluir


© 2008-2024 joe, w. bridges [ from joe ]