terça-feira, 10 de dezembro de 2024

não sai daí, a gente volta já


 Querido Benin, eu quero escrever, eu quero contar um montecoisa, mas tô preso aqui meio do caos, não tá rolando, é uma cruza de furacão com tsunami, terremoto e tempestade, dá nem tempo de botar ponto final, guentaí que já eu chego, que tô com uma verborreia pra soltar aqui, é dentro de instantes, mas enquanto não volto, já vou avisando que recomecei um canal no YouTube aqui pro blog, com filmes, curtas e séries de temática gay, tô colocando muita coisa por lá, inclusive vários que já indiquei por aqui, aproveitando a IA da plataforma pra traduzir algumas legendas pro português, segue lá o canal que eu vou adicionando mais, tá tudo separadinho em playlists, então corre lá viado, tem vídeo a dar com o pau, e eu bem sei que tu gosta,



terça-feira, 3 de dezembro de 2024

não conseguimos ser amigos.

 ...e, falando em Ariana, tava ouvindo o episódio do podcast Las Culturistas em que ela participa, e me peguei pensando muito em We can't be friends. É que no videoclipe, assim como no título do álbum, ela faz referência ao filme cult Brilho eterno de uma mente sem lembranças (Eternal Sunshine of the Spotless Mind, 2004), do gênio Michel Gondry. Aliás, vale registrar que esse é o disco que eu mais ouvi este ano que conseguiu, por vezes, me retirar do meio do mar do SOS.


Just wanna let this story die


Eu passei boa parte deste ano remoendo raiva; em contradição ao que declarei lá em abril, porque não foi fácil me desvencilhar do arrependimento. Neste caso em específico, de uma amizade em particular que, após muita insistência, por fim morreu. Mas não daquele jeito que a gente enterra, chorando, e guarda no peito as memórias boas do que se viveu. Não, essa morreu com raiva. Essa foi cremada, as cinzas lançadas à lata do lixo, para não deixar margem a dúvidas.

A trama de Eternal Sunshine... circunda a tentativa do esquecimento de alguém, o uso de uma tecnologia que limpa a mente das lembranças do outro, como se deletam os dados de um disco de memória. No filme, e no clipe, há titubeio diante do efeito do ato, sem volta. Será que prossigo? Como será viver daqui adiante sem que essa pessoa tenha existido na minha história? É um dilema delicioso de ponderar, principalmente porque, no fim das contas, não existe método que o faça na vida real, então nos resta mesmo lidar.

Eu já trouxe esse tema antes, lembra? Quando me revirava a alma, tentando superar um amor mal destruído, e eu achei que, sim, se me fosse oferecida a técnica, ali mesmo, sem hesitar, eu o apagaria da cabeça. Onze anos depois, e vejo que não. Não abriria mão do que aprendi com tudo aquilo. No entanto, hoje me pego aqui pensando o mesmo, que eu aceitaria destruir todo registro do tempo que gastei com esse amigo que nunca aprendeu a ser amigo. Sim, tempo que gastei, perdi, desperdicei com alguém tão oco e incapaz da reciprocidade de uma relação. Quisera esquecer cada momento, quisera o direito a reembolso de cada minuto, e dar-lhe melhor uso. Mas, sabemos, me resta apenas lidar.

Não, eu me recuso. Não aceito. Sim, eu me arrependo, mas não vou me alimentar de conjectura, que isso não dá sustento. Ainda que tenha jogado minhas pérolas ao porco, o que me importa é o que eu fiz, minha jornada e conduta, e não a do outro. Foi nesse exercício que eu me aprimorei como pessoa, como amigo, eu sim cresci, maturei, é nítido, e isso que conta, e disso me orgulho. Ademais, levo comigo um reforço:

 

 Onde não puderes amar, não te demores.

(Frida Kahlo)


Ponto final. Nova página.

segunda-feira, 2 de dezembro de 2024

L.O.S.T.: Cynthia Erivo

 

 

  Eu amo musicais, da minha lista de filmes favoritos, muitos pertencem ao gênero; no entanto, só fui assistir a "O Mágico de Oz" já adulto, e sequer conhecia a história de Wicked. Fui ao cinema ver a nova adaptação do prestigiado espetáculo da Broadway, e saí encantado. O filme é uma daquelas obras que acontecem na hora certa, com as pessoas certas. Foi um prazer enorme assistir na grande tela a duas das minhas vozes favoritas dos últimos anos, e é muito merecido que o mundo finalmente desperte para os talentos da Cynthia Erivo. Essa mulher é um fenômeno natural, ela é um vulcão, um tornado, um tsunami, ela tem sua própria força gravitacional. Eu me perco admirando essa mulher, que pessoa preciosa, linda, que voz, que dádiva! 


 Fiquei obcecado quando a vi no filme Bad times at the El Royale. Em 2021, ela lançou seu primeiro  álbum, que eu escutei, repetidamente. Dali comecei a acompanhar suas inúmeras performances ao vivo de canções clássicas — na boa, escuta isso:


 

 

  - e mais outras tantas apresentações maravilhosas:

"Misty" (Black Velvet Voices - Taking the Stage)

"I say a little prayer" (Pay Tribute2 Aretha Franklin)

 "Can You Feel the Love Tonight" (2019 Tony Awards)

 "Can't hurry love" (from "Bad times at the El Royale")

"Fantasy" & "Reasons" (Earth, Wind & Fire Tribute, Kennedy Center Honors)

“What About Love?” (from “The Color Purple")

 "Ain't No Way" (Lincoln Center)

 "Nothing Compares 2 U" (Kennedy Center Honors)


E aqui, um show gravado em 2022, com a maravilhosa orquestra sinfônica do Royal Albert Hall, em Londres:


Enquanto 2025 promete o segundo álbum da Cynthia, e eu espero ansioso, compartilho aqui o primeiro. Taca stream na lenda!

Ch. 1 Vs. 1

sábado, 31 de agosto de 2024

[ Filme DL ] Bonus Track (2023)


 Falando em adolescência...

 Um das minhas sessões mais prazerosas em 2024, Bonus Track é uma comédia-drama-romance adolescente com efeitos semelhantes aos da maravilhosa Heartstopper: calorzinho no peito e imaginação florida.

 Estrelado por Joe Anders (filho da gigante Kate Winslet) e Samuel Paul Small, o longa conta com uma diretora mulher e traz aquele charme das rom-coms britânicas. A história é guiada pela perspectiva do George, um adolescente filho único e meio desconjuntado, que sonha em estourar na indústria da música, e, para isso, se une a Max Marvin, que, fortuitamente, ocorre de ser filho de um grande rock star. Nessa premissa clássica de dramas adolescentes LGBTQIAPN+, do aluno novo que chega para impactar a vida do protagonista, acompanhamos os garotos se acercarem, à medida em que George compartilha suas faixas pop preferidas numa mix tape, entremeadas às experiências intensas da juventude - e com direito a faixa bônus.


O filme está disponível no streaming para quem assina a Max. Já quem é da baixaria, pode pegar no final deste post.


FICHA TÉCNICA


Título:
Bonus Track (2023) 
Gênero: Comédia, Drama, Romance, Infanto-juvenil
Direção e Roteiro:
Elenco: Joe Anders, Samuel Paul Small, Jack Davenport, Josh O'Connor
Sinopse: Um adolescente peculiar, aspirante a músico, se junta ao filho de um astro do rock para tentar vencer o show de talentos da escola..
IMDb: ⭐⭐⭐✰ 6.6
 
 

TEASER




TRILHA




LINK



• Filme em .mp4, legenda em português
 [ 1080p | 2,51 GB ]
(Bonus.Track.2024.mp4)




quinta-feira, 29 de agosto de 2024

sweet sixteen

 Por volta ali dos doze anos, eu já entendia que era uma criança diferente e sentia os sinais do ostracismo que sofreria dentro de casa, derivado do distanciamento físico e emocional de um pai e dois irmãos que não sabiam lidar com minha personalidade divergente. Aos doze, eu beirava uma adolescência muito solitária, logo, tecer meu próprio universo foi meu recurso e minha salvação. 

Peguei um caderno, embelezei a capa, lancei um cadeado e passei a registrar meus pensamentos, que, em sua maioria, tratavam dos garotos personagens das minhas paixões múltiplas, e dele - o professor de Educação Física por quem nutri um amor juvenil. Eu não tinha amigos, e jamais poderia dividir com outrem o que eu sentia por dentro; precisava, de alguma forma, trazer à tona tudo aquilo, o segredo era o único veículo possível, e aquele diário lacrado, a única mídia ao meu alcance.


Esses dias me peguei relembrando dessa época e me ocorreu que foi quando desenvolvi o hábito de guardar registro das coisas, fosse por memento ou por objetos imbuídos de significados e lembranças. Nada foi capaz de me tirar o registro ou o registrado. Exceto em um caso.

Quando entrei na igreja em 2005, pela segunda vez, fui manipulado a queimar e me desfazer de tudo do meu passado que não fizesse "parte do plano de vida que deus tinha para mim", e, uma vez parte da seita, aceitei sofrer o crime velado de coerção e queimei meus pertences: os CDs que eu havia conquistado com o salário do meu trabalho, as revistas de nu masculino, outros itens que traziam memórias "impuras", e - certamente - meus diários da adolescência. Tudo se desfez em cinzas e pó numa grande fogueira, e assim os registros de uma parcela da minha vida foram apagados para sempre. Mas não se me apagaram seus eventos, que isso ninguém me roubará. Aquela noite remonta ao maior arrependimento da minha vida, que eu daria um mundo para poder voltar no tempo e consertar. Contudo, um único pedaço da minha intimidade salvou-se do atentado, e sobrevive até hoje. Não lembro ao certo por que não levei também este ao fogo, só sei que, gratamente, o fiz. Meu primeiro diário segue comigo, material e precioso.


E em 2008, já familiarizado com a rede social dos blogs, dei luz a este espaço, meu registro, meu diário, minha caixa de cartas, tão querido, parceiro, companheiro de vida. Este blog sou eu, e, hoje, completa 16 anos e 3 semanas (é, não consegui me organizar para registrar o aniversário no dia 08/08, como esperado 😅). Sou feliz demais por tudo que tenho salvo aqui, tão bem organizado e acessível; feliz pelo hábito de escrever, registrar, anotar, compartilhar, guardar - e, com isso, mudar, crescer, maturar. Mudança é chave, e este acervo, a que tenho a chance fortuita de recorrer sempre que quero, é minha valiosa herança. Este diário aqui é à prova de fogo, e segue comigo até o fim.


Feliz aniversário, Dear Benin! Feliz dezesseis anos!


sábado, 10 de agosto de 2024

tá um calor, menina...


e com esse tempo tão seco, tem que redobrar a hidratação.

Há que se umedecer.

Urge se umectar.

 

 

Brandon Sklenar por Yu Tsai para Flaunt Magazine

sábado, 15 de junho de 2024

[ COOLetânea ] issan all blk party

 Please, these black women are trying to slay me!


 Eu assumi a gestão de outro setor no trabalho, e o trabalho me engoliu sem dó, tal qual Audrey II. Eu quero desligar e retomar meu tempo, e hoje é dia de sair e renovar e gastar energia ao mesmo tempo, tipo quando você mexe no celular enquanto ele carrega. É sobre isso, esse EP tá cheio de hits de cantoras pretas que eu tenho escutado sem parar atualmente. E ainda vem, de bonus track, uma bicha preta que descobri essa semana, com uma faixa deliciosa, e inspirada no clássico do pop Gimme More.

 Bora dançar, que o fim de semana tá só começando, e à noite todos os gatos pardos batem o cuzão e fazem coreô. Dá o play!


Clique aqui para ouvir esta coletânea no Spotify.

quarta-feira, 8 de maio de 2024

rever é viver

 Você viu que eu voltei a postar filminhos por aqui, certo? Reparou nos botãozinho que eu colei ali do lado, pra organizar bonitinho? O que talvez tenha passado despercebido foram as postagens antigas que eu resgatei pra atualizar os links que estavam quebrados, ou pra compartilhar arquivos em melhor qualidade. Vai lá, assiste de novo.

 

Thirteen or so minutes... (2008)

Amores possíveis (2000)


Ciao (2008)


Amor e outros desastres (Love and other disasters) (2006)


Monster Pies (2013)




terça-feira, 30 de abril de 2024

[ Filme DL ] Aikāne (2023)

 

  Uma animação que conversa com o sonho de uma geração de gays que cresceu assistindo as fábulas da Disney sem a chance de encontrar representação da sua individualidade em desenhos onde os príncipes jamais se enlaçam uns aos outros. De 2023, o premiado curta Aikāne , produto das mãos de três diretores-animadores dos EUA, busca sua raíz temática em tradições nativas do Havaí para contar uma história que, com visuais lindíssimos, naturaliza o amor diferente. A trama se inicia com a tentativa de ataque às terras de uma ilha por um grupo de colonizadores. Em defesa de seu povo, o protagonista é ferido no embate e cai, inconsciente, nas águas que cercam o território, e é salvo pelos rituais místicos de um polvo metamorfo, uma alegoria da diversidade sempre expansiva da sigla LGBTQIAPN+.
 
Em poucos minutos, a animação belamente produzida, com design de arte e fotografia impecáveis — resgata a história de civilizações nativas e a memória de que relações entre pessoas do mesmo sexo eram aceitas, e até mesmo encorajadas (especialmente entre figuras de autoridade). Com esse fundamento, a premissa emerge e se livra das amarras de doutrinas patriarcais colonialistas e imperialistas que remoldaram as formas sociais do mundo. E consegue tudo isso em 14 minutos de imagens estonteantes, sem necessidade de qualquer diálogo, por meio de uma narrativa emocionante. Dean Hammer, roteirista e diretor, disse:
“Fizemos este filme porque acreditamos que contar uma história de amor queer com final feliz é uma forma de resistência.”
Viva toda expressão artística que ouse subverter e resistir!



FICHA TÉCNICA


Título:
Aikāne (2023)
Duração: 14 min
Gênero: Romance, Fantasia, Animação
Direção: , e     
Roteiro:
Dean Hamer
Sinopse: O valente guerreiro da uma ilha, ferido em batalha contra invasores estrangeiros, cai em um misterioso mundo subaquático. Quando é resgatado por um polvo, uma aventura épica se inicia.
IMDb: ⭐⭐⭐✰ 7.2
 
 

TEASER




IMAGENS




 

LINKS



• Filme em .mkv (não requer legendas)
 [ 1080p | 324 MB ]
(Aikane (2023) 1080p)



• Filme completo no YouTube
 



segunda-feira, 29 de abril de 2024

bora ali, vem cá

 Ei, vamo ali viajar no tempo, voltar lá em 2010, especificamente pra aquele momento em que eu fiz uma mixtape de pop eletrônico e outras bagaceiras pro aniversário do meu primo. Resgatei aquela postagem, atualizando o arquivo e trazendo um novo player, pra playlist tocar completinha daí, num dia que tu quiser, sei lá, lavar a casa inteirinha, a baldes de água e sabão e luzes de estroboscópio. Pega:



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