Blessed are the forgetful, for they get the better even of their blunders.
No fim, são as histórias que contam quem eu sou. São os fatos que me moldam, e os erros que fazem um acerto. As pessoas sonham em viver uma vida sem arrependimentos, e eu vejo a razão nisso. Mas de certas coisas eu me arrependo, e adoraria a chance de voltar atrás e anular o passado. É que eu sou fraco e prefiriria me desfazer dos momentos bons, para evitar o arrependimento final. Dentre outras coisas, eu me arrependo dele. De conhecer, de me aproximar, de me abrir pra ele.
Ele me elevou ao céu, me inflou como um balão, apenas para soltar os dedos e me deixar ricocheteando sem rumo, sem ar e em queda livre. Pouca coisa eu consigo entender sobre as pessoas; mas como alguém que me fez acreditar gostar de mim consegue me esquecer sem esforço?
Em Brilho eterno de uma mente sem lembranças, quando o Joel percebe que não quer perder a lembrança de Clementine, ele começa uma corrida dentro de sua mente para abortar o procedimento. Se eu tivesse a chance de me submeter a tratamento semelhante, eu o faria, agora mesmo. Eu abriria mão, a custo de condenar as boas lembranças ao eterno esquecimento. Porque lembrar dele arde tanto que eu
prefiriria esquecer tudo, o bom e o ruim. Mas os Céus e a Terra e o próprio Universo parecem discordar, e assim eu sigo com minha rotina amarrada a esta cidade cheia de memórias dele, aonde quer que eu vá. Decidir por esquecer doeria; certamente não mais do que dói lembrar.
How happy is the blameless vestal's lot!
The world forgetting, by the
world forgot.
Eternal sunshine of the spotless mind!
Each pray'r
accepted, and each wish resign'd.
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