Ao longo do ano, eu fui confrontado com o que eu diria ser uma das razões-mestras do meu desequilíbrio emocional. Um fator que há muito eu já conhecia a meu respeito, mas só agora percebi o teor tóxico do seu efeito: eu não sei largar. Das coisas, dos lugares, das pessoas, das ideias, das lembranças. Sempre sofri desse mal, porém, nunca como neste ano. Embora eu entenda a importância do ato no processo de crescimento, eu não consigo deixar pra lá. Essa angústia perdura porque eu continuo pensando e persisto querendo o que não quero mais querer. A minha mente fica presa em uma ideia. E mente presa não faz bem.
Um exemplo é que eu tenho medo da hora de voltar pra casa. De deixar tudo isso pra trás, a vida decente que eu levo e os poucos amigos que fiz, além de algumas pessoas que deixarei com laços inacabados, o que doi especialmente mais - saber que nunca haverá um desfecho e a ferida seguirá aberta. E, estando de volta, temo ficar preso em Brasília, pra evitar a despedida de lá e, ainda, tendo em mente que qualquer lugar a que eu vá em seguida será um para se abandonar um dia.
Até da vida eu não sei largar. Lutando contra tantos pensamentos turvos ao longo deste que foi um ano obscuro em si, eu não desisti deste mundo porque não poderia largar a mão. Eu não consigo largar.
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