Conversando com o Volkan, meu amigo turco dos tempos de Sydney, recebi comentários muito gentis e queridos sobre meu filme, e aproveitamos para falar sobre a vida e trocar notícias.
Falávamos sobre como, por tempos, pessoas boas e especiais como ele (e aproveitei para me encaixar no grupo) ficam sozinhas, à busca de companhia que as conforte e lhes queira bem. Ele sempre tentou encontrar uma conexão mais significativa com alguém, mesmo quando em ambientes mais favoráveis a ligações de teor mais frívolo e descartável. E eu sempre soube que ele merece coisa melhor, um alguém que lhe possa oferecer momentos de felicidade. Porque certas almas são assim. No desenrolar do assunto, ele rebateu que vê a minha pessoa da mesma forma. E ali concordamos que, sim, somos pessoas boas e merecemos gente que nos possa não só fazer felizes, mas nos ajudar a ser pessoas melhores.
Após nossa conversa, refleti que, talvez, esses períodos de solidão sejam como um curso da vida, um tempo de aprender a amar-se e respeitar a si primeiro. Esse é, afinal, o primeiro módulo, a lição 1, o fundamento, que precisa ser firmado em nossa experiência como gente. Simplificando com aquela máxima, consolidada por RuPaul: se você não amar a si mesmo, como diabos poderá amar ao outro? E é. Esse amor próprio é a base, o solo fértil a ser regado para, então, ser semeado com o amor alheio.
E, com vinte e oito anos, ainda tento aprender essa verdade, a cada dia. Nessa semana, finalmente me matriculei na academia para começar atividades físicas diversas; quero melhor condicionamento, melhor saúde, melhor auto estima, e sim, um melhor corpo. Mas sei que é um processo que consome tempo, e quero me acostumar desde já a amar o meu corpo como é, e inflar esse amor com o progresso resultante das atividades. Não quero ser desses que odeiam ou desdenham o próprio corpo até atingir o físico desejado e então, magicamente, alcançam o estado de amor próprio. Porque acho que, sendo assim, esse amor de si mesmo seria como firmar solo em areia movediça, e adiante não haverá amor do outro que se sustente e persevere.
E eu quero tudo isso, o meu amor e o do outro. Eu mereço.
Seu post me lembrou uma frase que vi uma vez... era algo do tipo: "Be yourself but be your best self". De qualquer forma muito legal tua reflexão, da teoria a prática não é lá muito simples, mas precisamos perseguir isso.
ResponderExcluirSucesso para você! :)
Abração.
Já faz um bom tempo que acompanho o blog e sempre, de alguma forma, me identifiquei com o que você escreve por aqui (especialmente os roteiros mentais). Dessa vez não podia deixar de comentar porque acredito muito no que disse: precisamos nos amar bem antes das mudanças começarem, pois se não for assim, elas só servirão para camuflar nossos problemas, que vão voltar e machucando ainda mais. Obrigada, Joe, por me ajudar a ver que eu estou também no caminho certo, mesmo com tropeços, cansaço, vontade de procurar uma alternativa mais fácil. eu também quero todo esse amor. começando pelo meu próprio.
ResponderExcluirEsses tempos são excelentes para nos encontrarmos, guri!
ResponderExcluirDou muito valor nesses hiatos e me preparo para a nova loucura que a vida me trará, porque sim, ela SEMPRE traz.
@Latinha: boa frase! não é fácil mesmo, mas é preciso. Vamos em frente! Abraço :)
ResponderExcluir@Rosana: obrigado pela companhia constante, mesmo com a minha instabilidade nas postagens. É bem como você disse, é fácil se amar quando tudo está no lugar, difícil é amar a si quando tudo desmorona, mas se não é assim, quem vai estimar pela gente? tem que começar daí. Feliz que você pense o mesmo e esteja em trajetória semelhante. Ponto pra gente! Beijo
@Pedro: são sim, como eu disse no texto, acredito que seja como um curso, uma escola, é tempo de aprender. E a vida, sim, sempre traz suas surpresas, como você bem colocou. Esses momentos são mesmo de preparação.
Quero te ver, hein?! :D Beijo
xx
[ j ]