Nesse longo intervalo de retração, me serviu refletir em silêncio. Vinha com o foco apontado para os meus quereres, mas uma hora eles expiraram, e eu fiquei aqui, embaçado e sem os êxitos pelos quais ansiava, os que me mantinham funcionando puramente ao combustível danoso da expectativa. Esperança e eu sempre fomos amigos de vai-e-vem, como crianças que brigam porque uma estourou o balão amarelo da outra, trocam juras de não-fala-mais-comigo, mas voltam a dividir o balanço do parquinho na tarde de quinta-feira seguinte.
Assim, em mais uma reconciliação, eu chego ao final desse recesso com a resolução de olhar adiante. Mas não com olhos de medo e ansiedade diante do incerto, como já me é de hábito, e sim com o intento de desapegar e evoluir; abrir os dedos da mão e largar das ideias que não vingaram e dos planos que se desfizeram, e espiar o que há lá na frente com ciência do agora. Aguardar com bom ânimo e dar passos avante. Esperar e superar.
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