Eu
não sei, não. A minha leve inaptidão social (pra não taxar de crônica)
me faz ter sérios problemas com o número de redes sociais que circundam a
nossa vida nesses tempos. Parece que se não fizer registro no 'Snap' ou
no 'Insta' não valeu viver o momento. Enquanto isso, o registrar te
rouba o viver o momento. Não sei bem como lidar.
Da nova temporada de Black Mirror
(que é mestre em fazer uma leitura crua do comportamento humano e
tendências sociais influenciados pelo impacto tecnológico), o primeiro
episódio, Nosedive, foi o que mais me assustou – ou me
aterrorizou. Deu medo de acordar algumas semanas daqui e estar naquele
episódio, tão próximo do real é o seu conto.
O
que me incomoda ultimamente é o exacerbado culto ao belo sem qualquer
contexto mais profundo. Tenho visto tanta gente anônima virando
famosa-de-rede-social só de expor a cara bonita e o corpo bem cuidado em
selfies infinitas, que cada vez mais desisto da minha presença
nesse meio. Apenas porque não pertenço, e prefiro me abster. Aliás,
ceder ao ode é fácil, o dedo logo acerta o botão de seguir da galera
bonita, e o canal te traz ainda mais ofertas parecidas.
Eu, hein.
Difícil conceber a dimensão do meu valor quando eu não sou lindo, não tenho 15 mil seguidores, não sou venerado a base de likes.
Never insecure until I met you, now I'm bein' stupid
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