sexta-feira, 9 de dezembro de 2016

Eu não sei, não. A minha leve inaptidão social (pra não taxar de crônica) me faz ter sérios problemas com o número de redes sociais que circundam a nossa vida nesses tempos. Parece que se não fizer registro no 'Snap' ou no 'Insta' não valeu viver o momento. Enquanto isso, o registrar te rouba o viver o momento. Não sei bem como lidar.

Da nova temporada de Black Mirror (que é mestre em fazer uma leitura crua do comportamento humano e tendências sociais influenciados pelo impacto tecnológico), o primeiro episódio, Nosedive, foi o que mais me assustou – ou me aterrorizou. Deu medo de acordar algumas semanas daqui e estar naquele episódio, tão próximo do real é o seu conto.

O que me incomoda ultimamente é o exacerbado culto ao belo sem qualquer contexto mais profundo. Tenho visto tanta gente anônima virando famosa-de-rede-social só de expor a cara bonita e o corpo bem cuidado em selfies infinitas, que cada vez mais desisto da minha presença nesse meio. Apenas porque não pertenço, e prefiro me abster. Aliás, ceder ao ode é fácil, o dedo logo acerta o botão de seguir da galera bonita, e o canal te traz ainda mais ofertas parecidas. 

Eu, hein.

Difícil conceber a dimensão do meu valor quando eu não sou lindo, não tenho 15 mil seguidores, não sou venerado a base de likes.

Never insecure until I met you, now I'm bein' stupid

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