Eu ia narrar os fatos de janeiro, transpondo as palavras do meu diário de papel para minhas cartas digitais, repassando as emoções e os aprendizados de tudo, mas desisti da ideia. Não quis mais gastar tempo, que anda escasso, revivendo lamúrias. Sendo assim, vou resumir o ocorrido e então poderei focar em desmembrar o saldo positivo.
Desde julho, mantive contato frequente com o Marcos. Nunca houve ilusão de um relacionamento a distância, nada disso; havia, sim, vontade de um reencontro, sem amarras. A maldita expectativa se fez. Marquei o retorno a Floripa e combinamos de nos ver, naturalmente. Me ofereceu passar a primeira semana em sua casa. De início foi muito gostoso poder abraçá-lo de novo, cheio de saudade, curtir uma Parte 2 daquele caso de temporada. Foi como pausar a vida e viver um filme.
Sem nenhuma explicação, ele começou a ficar estranho e se afastar. Virava a noite trabalhando, assim podia fugir de mim durante o dia. Levei alguns dias pra entender que não era coisa da minha cabeça, não era o meu eu carente, era real. Ele estava se esquivando, a amiga dele também reparou. Ali pelo sexto dia a situação ficou insustentável e indigna, o que foi minha deixa para me retirar da cena daquele crime.
Pelos dias restantes na cidade, esperei algum sinal que indicasse o que havia acontecido, mas não me foi explicado coisa alguma. Minha saída do seu ambiente foi sua chance oficial de descarte, a partir do qual ele me disse mais nada. Eu sabia que ia enlouquecer. Não podia crer que estava cruzando a Ponte de Cooper tudo outra vez, aquela me levava de volta ao fosso de rejeição e humilhação do qual penei tanto para sair.
Pelos dias restantes na cidade, esperei algum sinal que indicasse o que havia acontecido, mas não me foi explicado coisa alguma. Minha saída do seu ambiente foi sua chance oficial de descarte, a partir do qual ele me disse mais nada. Eu sabia que ia enlouquecer. Não podia crer que estava cruzando a Ponte de Cooper tudo outra vez, aquela me levava de volta ao fosso de rejeição e humilhação do qual penei tanto para sair.
E enquanto eu tentava entender a razão daquele inferno, o diabo não se pronunciava. Então, o jeito foi seguir adiante, à base do empurrão e com ajuda. Mas estou conseguindo mais rápido desta vez. Hoje já peguei aversão, e consigo encontrar luz que emane alguma paz. Bem menos tempo de recuperação que o último trauma. Estou evoluindo! Aos poucos, sigo revertendo o foco para o lado positivo.
Por mais que eu compreenda a perda de interesse no outro (afinal já passei por isso, do lado de quem desconecta e do de quem é desconectado), nada justifica a forma como ele se desfez de mim. E, tentando achar uma razão, debati isso com algumas pessoas. Nunca haverá a razão: foi babaquice. Mas o importante foi saber reconhecer e recusar aquela situação. Agora já sei o que gerou o desligamento repentino – surgiu um ex dele na jogada, coincidência ou não, e ele correu de volta, jogando no lixo alguém que apenas lhe tratou bem. Não sei se é coisa de Sagitariano ou de moleque sem escrúpulos, sei que não me submeto mais, enquanto me for possível. Antes que ele me criasse outro bloqueio de envolvimento, eu tratei de reconhecer que o problema aqui é todo, cem por cento dele. Aí foi minha vez de desligar.
E o resto, a gente resolve.
You don't have shit to say to me, I ain't got shit to say to you.
Haha and that's the truth. – And step on.
Also you black heffa, you stand your ground, 'cause I feel the same way.
If you don't like me, you don't have to fool with me,
but you don't have to talk about me or treat me mean,
I don't have to treat you mean. I just stay out of your way.
That's the way you work that one.
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