Eu tinha planos de planar. Cri que era minha hora. Por sonhar sonhos velhos, eu os fiz novos. E o ano deu a partida com derrapadas e quedas. Se houvesse mantido os olhos apenas focados no prêmio esperado dos planos que não conquistei, teria me privado de contemplar os pequenos sucessos que alcancei enquanto desviava dos meus fracassos. Foi sim um ano difícil, pra mim e certamente pra você também. De forma geral, a merda toda tava mesmo fodida. E, com todas as suas voltas e buracos, eu venci este circuito, com ajuda da família; a minha família fui eu que escolhi, eu enchi de amigos e chamei de minha. E também venci sozinho, eu testei meus limites, minha stamina, e dei conta, por mim.
Fazendo retornos, recalculando e passando por cima da loucura, me lavando no fogo, foi assim que eu venci. Aprendi a dizer não quando faz bem, e a me apegar às pessoas que importam, a contar com elas. E precisei radicalmente ejetar aquelas que seguem em direção contrária, as da contramão, deixei para trás a comer poeira, mesmo quando doeu.
E as pequenas conquistas foram grandes! Explorei mais a vida, viajei! Pela primeira vez, fui promovido, e era a primeira opção pensada para o cargo! Eu fui recomendado a outro trabalho, comecei a ensinar uma segunda coisa que acreditam que faço bem! Jamais planejei que estes seriam um dia meu ofício, e tanta gente me cumprimentou e agradeceu pelo meu trabalho! Sorrio, feliz ao reconhecer todos que ajudei.
Muito progresso pessoal foi registrado, e tenho que agradecer por '18. Foi um ano difícil, e hoje eu só quero deixar ele passar. Recalibrando. Os sonhos de outrora não se perdem, se recriam adiante. O mundo dá voltas, e eu também sei dar. E, de resto: Resistência! Venceremos!
© Thereza Nardelli |
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