Mas é verdade, o cinema dita a forma como a gente vive. O filme finge ser uma representação da vida real, quando na verdade é uma projeção padronizada na qual a gente baseia o agir e o pensar; é um fluxo inverso. A nossa trama real é espelhada nas histórias que assistimos, e quem atua somos nós, do lado de cá da tela.
A gente segue a vida criando expectativas que já foram previamente criadas e distribuídas à massa. Ao menos falo por mim, porque sei que elas regulam o meu modus operandi. E hoje, quando mais uma vez me vejo diante da possível realidade (outrora ditada pela voz da sapiência) de que talvez eu não seja destinado a amar e a ser amado, penso que me falta uma referência em que me apóie. Esse filme não saiu em cartaz; é uma história que não se conta, porque ninguém quer ouvir.
Sabe, eu tentei. Eu me arrisquei, me expus, me despi e tentei. Mas, assim como uma vez eu tentei "entregar minha vida a Deus", me propondo a mudar, e foi um tremendo fracasso, hoje eu concluo que o amor, tal como Deus, dá certo para alguns. Ou não dá certo para alguns, depende do ângulo.
Se há algo a aprender com isso tudo, é que eu preciso reajustar minhas expectativas. Criar as minhas próprias, coerentes com a minha verdade, que por sua vez inspirem uma história ou outra, seja filme ou não.
Pushing Daisies #203 |
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