Era mesmo hora de voltar, com os primeiros indícios do apocalipse interno, e o sinal dos tempos do Agora. Em inglês, o último livro da Bíbila, das passagens catastróficas, é chamado de "Revelation"; ali Deus revela o destino da humanidade ao retornar do Messias.
Volto pra mim. Eu preciso daquele próprio amor, nessa jornada eu me perdi, lá atrás, nunca achei meu rumo. Revelar a mim mesmo, das fronteiras e marcas do meu corpo, aos complexos mais internos do meu eu; revelar a treva, o trauma, o avanço, a arte e a dor.
Na fotografia, revelação é fazer do negativo surgir a imagem, pintada com luz na película do filme; no processo, é preciso trancar-se num universo-breu – a sala escura – para revelar ao mundo o que brota da escuridão: luz que delineia as formas, cores que dão vida e graça. No inglês, para o mesmo processo de revelar um filme usa-se o termo "Developing"; é preciso desenvolver, evoluir, trazer à mostra o que se esconde nas sombras da imagem escura. Desenvolver a clareza de onde nada se vê ou entende, a forma de onde parece nada haver, e as nuances de onde só se via o mesmo tom. Buscar a luz no sombrio.
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